SÍFILIS GESTACIONAL: UMA ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA EM UM MUNICÍPIO NO INTERIOR DA AMAZÔNIA
DOI:
https://doi.org/10.14393/Hygeia2070978Palavras-chave:
Cuidado pré-natal, Epidemiologia, Gravidez, SífilisResumo
Objetivo: Analisar o perfil dos casos de sífilis gestacional em Santarém, Pará. Método: descritivo, retrospectivo, documental, de caráter transversal, abordagem quantitativa, com 104 casos de sífilis gestacional registrados entre janeiro e dezembro de 2022. Os dados foram coletados a partir das fichas de notificação para sífilis gestacional de casos notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), e tabuladas em planilha eletrônica da Microsoft Excel 2010. Destaca-se que esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob parecer número 5.850.905. Resultados: A maior ocorrência registrada foi no mês de agosto de 2022 (17,3%), em mulheres pardas (84,6%), residentes em área urbana (77,9%), na faixa etária de 20 a 29 anos (57,6%), ensino médio completo (36,5%), ocupação “dona de casa” (56,7%), notificadas em um hospital do município (30,7%), testadas tanto com métodos treponêmicos quanto não treponêmicos (66,3%), com prevalência de sífilis primária (57,6%) e tratadas com Penicilina G Benzatina 7.200.000 UI IM (85,7%). Conclusões: Foi identificada a persistência desse agravo como problema de saúde no município, sendo necessária a adequação na assistência pré-natal para a realização de tratamento e diagnóstico precoce.
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