PÂNTANOS ALIMENTARES E A DISPONIBILIDADE DE PRODUTOS ULTRAPROCESSADOS NO AMBIENTE ALIMENTAR DE VAREJO EM UMA CIDADE DE BAIXA RENDA NO BRASIL

Autores

  • Nykholle Bezerra Almeida Universidade Federal de Alagoas https://orcid.org/0000-0002-8536-3972
  • Gabriel Marx Assunção Costa Universidade Federal de Alagoas https://orcid.org/0000-0003-4806-6431
  • Nicole Almeida Conde Vidal Universidade Federal de Alagoas
  • Luan Santos de Aragão Universidade Federal de Alagoas
  • Risia Cristina Egito de Menezes Universidade Federal de Alagoas https://orcid.org/0000-0003-1568-2836
  • Giovana Longo-Silva Universidade Federal de Alagoas
  • Jonas Augusto Cardoso da Silveira Universidade Federal do Paraná

DOI:

https://doi.org/10.14393/Hygeia2070485

Palavras-chave:

Ambiente alimentar, Alimentos ultraprocessados, Pântanos alimentares, Georreferenciamento

Resumo

O objetivo deste estudo foi avaliar a formação de pântanos alimentares e a disponibilidade de alimentos ultraprocessados (AUP) em um município brasileiro de baixa renda. Trata-se de um estudo transversal realizado em Rio Largo/AL entre 09/2017 e 10/2018. Os pontos de venda de alimentos (PVA) foram identificados por meio de auditoria em todas as ruas do município e classificados em saudáveis (S), mistos (M) e não saudáveis (NS). Utilizou-se o instrumento Nutrition Environment Measurement Survey for Stores (NEMS-S), adaptado e validado para o Brasil. Foram construídos mapas temáticos com a distribuição, a densidade (kernel) e a aglomeração (análise do vizinho mais próximo) dos diferentes PVA. Dos 574 comércios avaliados, 63% foram classificados como PVA-NS. Apesar do alto grau de espalhamento, os PVA-NS apresentaram maior grau de aglomeração espacial. Apesar da presença constante de PVA-NS, a maior disponibilidade de AUP ocorreu nos PVA-M, onde 45,6% destes tinham entre 75-100% dos itens do NEMS-S. Portanto, a análise do ambiente alimentar de varejo demonstrou que a cidade oferecia pouco suporte para escolhas alimentares saudáveis, dada a predominância de territórios caracterizados por pântanos alimentares. Ainda, identificamos elevada disponibilidade de AUP nos PVA , especialmente nos PVA-M.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Nykholle Bezerra Almeida, Universidade Federal de Alagoas

Graduada em Nutrição pela Universidade Federal de Alagoas (2020). Pós-graduada em Nutrição Clínica e Hospitalar pela Faculdade Ibra de Brasília (2021). Mestre em Nutrição Humana pela Universidade Federal de Alagoas (2022). Tem experiência na área de Epidemiologia Hospitalar pelo Programa de Residência Multiprofissional de Epidemiologia Hospitalar da Universidade Federal de Sergipe (2022-2023). Atualmente encontra-se cursando a Residência Multiprofissional em Saúde do Adulto e do Idoso pela Universidade Federal de Alagoas.

Gabriel Marx Assunção Costa, Universidade Federal de Alagoas

Graduado em Nutrição pela Universidade Federal de Alagoas - UFAL (2020) e mestre em nutrição em saúde pública pela UFAL (2022). Foi Preceptor/supervisor de estágio em saúde coletiva pela Faculdade Estácio (2023). Atuando principalmente nos seguintes temas: suplementação de micronutrientes, ambiente alimentar, ácido nicotínico, complexo b, dislipidemia e suplementação alimentar e ambiente alimentar, sendo este último desenvolvido no mestrado.

Nicole Almeida Conde Vidal, Universidade Federal de Alagoas

Graduação em Nutrição (2021) e Mestrado em Nutrição (2023) pela Universidade Federal de Alagoas Especialista em Geoprocessamento pela PUC-Minas, Docência do Ensino Superior pela Faculdade Metropolitana, e com especialização em andamento em Ciência de Dados e Saúde Digital pela UFPE e Sistemas Alimentares Sustentáveis pela Universidade Aberta e Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura. 

Luan Santos de Aragão, Universidade Federal de Alagoas

Graduado em Nutrição (2024) pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e pesquisador de Saúde Pública (desde 2017), na temática da análise do Ambiente Alimentar e Nutricional, sob orientação do Prof. Dr. Jonas Augusto Cardoso da Silveira. Premiação de Excelência Acadêmica dos Programas Institucionais de Bolsas de Iniciação Científica e Tecnológica (PIBIC) e (PIBITI), ciclo 2020/2021, da UFAL, referente ao trabalho ANÁLISE ESPACIAL DO AMBIENTE ALIMENTAR NOS ESPAÇOS OCUPADOS POR CRIANÇAS RESIDENTES NO MUNICÍPIO DE MACEIÓ/AL, apresentado no 31 Congresso Acadêmico de Iniciação Científica/PIBIC e 14 Congresso Acadêmico de Iniciação Tecnológica/PIBITI, realizados nos dias 8 a 10/11/2021, de forma virtual. Integrante (desde 2019) do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre o Ambiente Alimentar e Nutricional da FANUT/UFAL. Complementação de estudos, através da aprovação (em 2018) na disciplina extracurricular "Geoprocessamento e Sistema Geográfico de Informações", ofertada pelo Laboratório de Geoprocessamento Aplicado do Instituto de Geografia, Desenvolvimento e Meio Ambiente da UFAL.

Risia Cristina Egito de Menezes, Universidade Federal de Alagoas

Graduação em Nutrição pela Universidade Federal de Pernambuco (1991), mestrado e doutorado em Nutrição pela Universidade Federal de Pernambuco (2011). Pós Doutorado pela Universidade de Coimbra-Portugal (2021). Atualmente é professora Associada da Faculdade de Nutrição/Universidade Federal de Alagoas. 

Giovana Longo-Silva, Universidade Federal de Alagoas

Nutricionista pela Universidade Anhembi Morumbi (2005); Especialista em Nutrição em Saúde Pública pelo Departamento de Medicina Preventiva/UNIFESP (2007); Mestre (2010) e Doutora (2012) em Ciências pelo Departamento de Pediatria/UNIFESP, com período sanduíche na Universidade do Porto (Portugal). Realizei Pós-doutorado na Universidade de Barcelona, Espanha, com enfoque no estudo da alimentação e sono (2019). Desde 2013 sou Professora Adjunta da Faculdade de Nutrição da Universidade Federal de Alagoas, (Nutrição em Saúde Pública) e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Nutrição (Nota 4/CAPES), no qual ocupei por 4 anos (2014-2018) o cargo de Coordenadora. 

Jonas Augusto Cardoso da Silveira, Universidade Federal do Paraná

Graduação em Nutrição pela Faculdade de Americana - FAM (2007), fez especialização em Saúde, Nutrição e Alimentação Infantil pela Universidade Federal de São Paulo (2009) e é Mestre (2009) e Doutor (2015) em Ciências - Departamento de Pediatria/UNIFESP. É Professor Adjunto na Universidade Federal do Paraná (UFPR), lotado no Departamento de Nutrição (DNUT) do Setor de Ciências da Saúde. É orientador no Programa de Pós-Graduação em Alimentação e Nutrição - PPGAN/UFPR e no Programa de Pós-Graduação em Nutrição da Faculdade de Nutrição da Universidade Federal de Alagoas - FANUT/UFAL. É coordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Ambiente Alimentar - NEPAAL (DGP Lattes).

Referências

BACKES, V. et al. Food environment, income and obesity: a multilevel analysis of a reality of women in Southern Brazil. Cadernos de Saúde Pública, v. 35, p. e00144618, 2019. https://doi.org/10.1590/0102-311x00144618

BAKER, P. et al. Ultra‐processed foods and the nutrition transition: Global, regional and national trends, food systems transformations and political economy drivers. Obesity Reviews, v. 21, n. 12, p. e13126, 2020. https://doi.org/10.1111/obr.13126

BEAULAC, J.; KRISTJANSSON, E.; CUMMINS, S. Peer reviewed: A systematic review of food deserts, 1966-2007. Preventing chronic disease, v. 6, n. 3, 2009.

BERGER, N. et al. Disparities in trajectories of changes in the unhealthy food environment in New York City: a latent class growth analysis, 1990–2010. Social science & medicine, v. 234, p. 112362, 2019. https://doi.org/10.1016/j.socscimed.2019.112362

BRASIL. Ministério da Saúde (MS). Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS). Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Introdução à Estatística Espacial para a Saúde Pública / Ministério da Saúde, Fiocruz; Simone M. Santos, Wayner V. Souza, organizadores. – Brasília: Ministério da Saúde, 2007.

BRIDLE-FITZPATRICK, S. Food deserts or food swamps?: A mixed-methods study of local food environments in a Mexican city. Social Science & Medicine, v. 142, p. 202-213, 2015. https://doi.org/10.1016/j.socscimed.2015.08.010

Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan). Estudo técnico: mapeando desertos alimentares no Brasil. Brasília: Caisan, 2018. 60 p.

COBB, L. K. et al. The relationship of the local food environment with obesity: a systematic review of methods, study quality, and results. Obesity, v. 23, n. 7, p. 1331-1344, 2015. https://doi.org/10.1002/oby.21118

COOKSEY-STOWERS, K.; SCHWARTZ, M. B.; BROWNELL, K. D. Food swamps predict obesity rates better than food deserts in the United States. International journal of environmental research and public health, v. 14, n. 11, p. 1366, 2017. https://doi.org/10.3390/ijerph14111366

ESPINOZA, P. G. et al. Propuesta de un modelo conceptual para el estudio de los ambientes alimentarios en Chile. Revista Panamericana de Salud Pública, v. 41, p. e169, 2018. https://doi.org/10.26633/RPSP.2017.52

FARLEY, T. A. et al. Measuring the food environment: shelf space of fruits, vegetables, and snack foods in stores. Journal of Urban Health, v. 86, p. 672-682, 2009. https://doi.org/10.1007/s11524-009-9390-3

GLANZ, K. et al. Healthy nutrition environments: concepts and measures. American journal of health promotion, v. 19, n. 5, p. 330-333, 2005. https://doi.org/10.4278/0890-1171-19.5.330

GLANZ, K. et al. Nutrition Environment Measures Survey in stores (NEMS-S): development and evaluation. American journal of preventive medicine, v. 32, n. 4, p. 282-289, 2007. https://doi.org/10.1016/j.amepre.2006.12.019

GRILO, M. F.; MENEZES, C.; DURAN, A. C. Food swamps in Campinas, Brazil. Ciência & Saúde Coletiva, v. 27, p. 2717-2728, 2022. https://doi.org/10.1590/1413-81232022277.17772021en

HLPE. Nutrition and food systems. A report by the High Level Panel of Experts on Food Security and Nutrition of the Committee on World Food Security, Rome, 2017.

HONÓRIO, O. S. et al. Food deserts and food swamps in a Brazilian metropolis: comparison of methods to evaluate the community food environment in Belo Horizonte. Food Security, v. 14, n. 3, p. 695-707, 2022. https://doi.org/10.1007/s12571-021-01237-w

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Censo 2022. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/al/rio-largo/panorama. Acesso em 23 de jul. de 2022.

JUSTINIANO, I. C. S. et al. Retail food environment in a Brazilian metropolis over the course of a decade: evidence of restricted availability of healthy foods. Public Health Nutrition, v. 25, n. 9, p. 2584-2592, 2022. https://doi.org/10.1017/S1368980022000787

LEITE, M. A. et al. Is neighbourhood social deprivation in a Brazilian city associated with the availability, variety, quality and price of food in supermarkets?. Public health nutrition, v. 22, n. 18, p. 3395-3404, 2019. https://doi.org/10.1017/S1368980019002386

LEITE, M. A. et al. Inequities in the urban food environment of a Brazilian city. Food Security, v. 13, p. 539-549, 2021. https://doi.org/10.1007/s12571-020-01116-w

MARTINS, P. A. et al. Validation of an adapted version of the nutrition environment measurement tool for stores (NEMS-S) in an urban area of Brazil. Journal of Nutrition Education and Behavior, v. 45, n. 6, p. 785-792, 2013. https://doi.org/10.1016/j.jneb.2013.02.010

MACHADO, P. P. et al. Is food store type associated with the consumption of ultra-processed food and drink products in Brazil?. Public health nutrition, v. 21, n. 1, p. 201-209, 2018. https://doi.org/10.1017/S1368980017001410

MENDES, L. L. et al. Scientific research on food environments in Brazil: a scoping review. Public Health Nutrition, p. 1-22, 2023.

PAIM, J. et al. The Brazilian health system: history, advances, and challenges. The Lancet, v. 377, n. 9779, p. 1778-1797, 2011. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(11)60054-8

PÉREZ-FERRER, C. et al. The food environment in Latin America: a systematic review with a focus on environments relevant to obesity and related chronic diseases. Public health nutrition, v. 22, n. 18, p. 3447-3464, 2019. https://doi.org/10.1017/S1368980019002891

PESSOA, M. C. et al. Food environment and fruit and vegetable intake in a urban population: a multilevel analysis. BMC public health, v. 15, p. 1-8, 2015. https://doi.org/10.1186/s12889-015-2277-1

PHILLIPS, A. Z.; RODRIGUEZ, H. P. Adults with diabetes residing in “food swamps” have higher hospitalization rates. Health services research, v. 54, p. 217-225, 2019. https://doi.org/10.1111/1475-6773.13102

STANTON, R. A. Food retailers and obesity.Current obesity reports, v. 4, p. 54-59, 2015. https://doi.org/10.1007/s13679-014-0137-4

SWINBURN, B. et al. INFORMAS (International Network for Food and Obesity/non‐communicable diseases Research, Monitoring and Action Support): overview and key principles. Obesity reviews, v. 14, p. 1-12, 2013.

TURNER, C. et al. Food environment research in low-and middle-income countries: a systematic scoping review. Advances in Nutrition, v. 11, n. 2, p. 387-397, 2020. https://doi.org/10.1093/advances/nmz031

VECTOR ANALYSIS QGIS DOCUMENTATION. Nearest neighbour analysis. Disponível em: https://docs.qgis.org/testing/en/docs/user_manual/processing_algs/qgis/vectoranalysis.html#nearest-neighbour-analysis. Acesso em 14 set. 2021.

WALKER, R. E. et al. How does food security impact residents of a food desert and a food oasis?. Journal of Hunger & Environmental Nutrition, v. 5, n. 4, p. 454-470, 2010. https://doi.org/10.1080/19320248.2010.530549

WILKINS, E. et al. A systematic review employing the GeoFERN framework to examine methods, reporting quality and associations between the retail food environment and obesity. Health & place, v. 57, p. 186-199, 2019. https://doi.org/10.1016/j.healthplace.2019.02.007

YANG, W. et al. Evaluation of personal and built environment attributes to physical activity: a multilevel analysis on multiple population-based data sources. Journal of obesity, v. 2012, 2012. https://doi.org/10.1155/2012/548910

Downloads

Publicado

17-05-2024

Como Citar

ALMEIDA, N. B.; COSTA, G. M. A.; VIDAL, N. A. C.; ARAGÃO, L. S. de; MENEZES, R. C. E. de; LONGO-SILVA, G.; SILVEIRA, J. A. C. da. PÂNTANOS ALIMENTARES E A DISPONIBILIDADE DE PRODUTOS ULTRAPROCESSADOS NO AMBIENTE ALIMENTAR DE VAREJO EM UMA CIDADE DE BAIXA RENDA NO BRASIL. Hygeia - Revista Brasileira de Geografia Médica e da Saúde, Uberlândia, v. 20, p. e2044, 2024. DOI: 10.14393/Hygeia2070485. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/hygeia/article/view/70485. Acesso em: 21 out. 2024.

Edição

Seção

Artigos