CONDIÇÕES URBANAS E EXPOSIÇÃO DOS TRABALHADORES SOB APLICAÇÃO DE MALATIONA

Autores

  • Thaís Salomão Leme Laboratório de Ecologia de Agroquímicos, Instituto Biológico
  • Eliane Vieira Laboratório de Ecologia de Agroquímicos, Instituto Biológico
  • Luiz Carlos Luchini Laboratório de Ecologia de Agroquímicos, Instituto Biológico
  • Eduardo de Masi Supervisão de Vigilância em Saúde Campo Limpo, Secretaria de Saúde da Prefeitura de São Paulo
  • Solange Papini Coordenação de Vigilância em Saúde, Secretaria de Saúde da Prefeitura de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.14393/Hygeia817089

Palavras-chave:

nebulização, controle da dengue, Aedes aegypti

Resumo

A cidade de São Paulo caracteriza-se pelo acentuado crescimento, o que favoreceu a formação de áreas com diferentes condições sociais, econômicas e ambientais. Várias doenças transmitidas por vetores apresentam frequências diferentes nos diversos sítios da cidade, mas o programa de controle de vetores é o mesmo para todos os locais. O controle do Aedes aegypti, mosquito vetor da dengue, envolve entre outras ações a realização de nebulização de malationa GT 96% em óleo de soja (1:2, v/v) quando há casos confirmados da doença. Durante o procedimento dois ou mais funcionários (batedores) informam os munícipes para sair de suas casas e retornarem após 15 minutos do término do procedimento e, então, o aplicador acompanhado do funcionário que atua como apoio entra nas residências e aplicam o inseticida. O produto é aplicado dentro da residência do caso positivo, na sua área externa e nas residências do entorno. Embora os locais sejam diferentes e o procedimento de nebulização seja o mesmo, não se sabe se as características urbanas podem influenciar a exposição dos funcionários. Assim, este trabalho avaliou a presença de malationa sobre as vestimentas dos funcionários em três diferentes locais. A área A era um local de baixo poder aquisitivo com casas pequenas ou assobradas com pouca ou nenhuma área externa. A área B se constituía em condomínios com prédios de até cinco andares onde foi nebulizado somente a garagem e o saguão do primeiro andar. E a área C era uma favela com edificações improvisadas e pequenas vielas. A e B eram áreas regulares com sistema viário e calçadas, mas C era um aglomerado de construções e barracos de madeira permeados por vielas. Em todas as áreas a atividade foi realizada em seis dias sob as mesmas condições climáticas Para avaliar a quantidade de malationa recebido durante a nebulização, oito absorventes higiênicos femininos foram colocados sobre a vestimenta do equipamento de proteção individual de cada funcionário. Após a nebulização, cada absorvente era removido e submetido à extração com 60 mL de hexano sob agitação mecânica por 30 min e os extratos analisados por cromatografia gasosa para detecção e quantificação do malationa. Nas áreas A e C não se observou diferença na quantidade de malationa nos absorventes do aplicador e do apoio, mas em B a quantidade de malationa foi maior. Por outro lado observou-se maior quantidade de malationa nos batedores no sítio. Os resultados permitiram concluir que as condições ambientais podem influenciar o grau de exposição dos funcionários.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Thaís Salomão Leme, Laboratório de Ecologia de Agroquímicos, Instituto Biológico

Bióloga, mestranda em segurança alimentar e ambiental no agronegócio

Eliane Vieira, Laboratório de Ecologia de Agroquímicos, Instituto Biológico

Química, mestre em química analítica, pesquisador científico do Instituto Biológico

Luiz Carlos Luchini, Laboratório de Ecologia de Agroquímicos, Instituto Biológico

Químico, doutor em química ambiental, pesquisador científico do Instituto Biológico

Downloads

Publicado

21-12-2012

Como Citar

LEME, T. S.; VIEIRA, E.; LUCHINI, L. C.; MASI, E. de; PAPINI, S. CONDIÇÕES URBANAS E EXPOSIÇÃO DOS TRABALHADORES SOB APLICAÇÃO DE MALATIONA. Hygeia - Revista Brasileira de Geografia Médica e da Saúde, Uberlândia, v. 8, n. 15, p. 23–32, 2012. DOI: 10.14393/Hygeia817089. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/hygeia/article/view/17089. Acesso em: 5 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos