Peixes que dão choques, ratos venenosos: a fauna americana e seus usos na real vila de Cuiabá.
Abstract
A ciência é constantemente retratada como um processo desenvolvido por grandes homens, mas o "progresso" inerente a esta percepção deixa de observar que a ciência também é desenvolvida por não profissionais. No caso do Iluminismo, esta idéia é ainda mais forte devido a centralidade dada à França. Todavia, não foram apenas os famosos iluministas que buscaram compreender o universo natural. O cronista José Barbosa de Sá relatou suas impressões sobre a fauna colonial, tornando sua obra Dialogos Geograficos, Chronologicos, Politicos, e naturais (1769) uma importante fonte de pesquisa histórica sobre o estado da natureza no sertão setecentista, sobre sua diversidade e impacto causado pela ação antrópica. Portanto, este artigo analisará o relato de Barbosa de Sá, buscando discutir elementos pouco observados para o contexto iluminista, principalmente no campo da história da ciência.
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