A greve pela oito horas em Santos (1908): Em busca do "Inimigo Imaginário"
Abstract
O "mundo do trabalho", apesar de abarcar um arco bastante amplo de ocupações, formais ou informais, organizadas ou aleatórias, não costuma contemplar, na mão dos analistas, os policiais como integrantes legítimos. Ao contrário: estes normalmente funcionam como interlocutores externos, cuja função única é contrapor, com violência, em nome dos interesses patronais, do governo ou do capital, as reivindicações dos trabalhadores. Esse sistema de representação se reproduz com clareza durante a Primeira República, quando se consolida um mercado de trabalho livre, e, mais particularmente, quando eclodem movimentos grevistas. Neste texto oferecemos outra mirada para o problema, utilizando a greve pelas oito horas ocorrida em Santos, em setembro de 1908, como estudo de caso, no intuito de rebuscar esse quadro monolítico, demonstrando a complexidade da atuação policial, num evento dramático.
PALAVRAS-CHAVES: Polícia. Greve. Trabalho
ABSTRACT: The "world of work", despite encompassing a quite broad arc of occupations, formal and informal, organized or random, does not usually, in the hands of analysts, include the police as legitimate members. On the contrary, these normally function as outside interlocutors whose sole function is to stand against the demands of workers, using violence in the name of the bosses' interests, whether those of government or capital. This system of representation is clearly reproduced during the First Republic when a free labor market was consolidated, and more particularly, when strike movements emerged. In this text we offer another view of the problem using the strike for an eight-hour work day, which occurred in Santos in 1908, as a case study with the aim of retouching this monolithic portrait, demonstrating the complexity of political action in a dramatic event.
KEYWORDS: Police. Strike. Labor. Work
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