Sobre um escravo que sabia ler e o princípio de um suposta insurreição em Campos dos Goytacazes (1871-1877)

Autores

  • Carlos Eugênio Soares de Lemos Universidade Federal Fluminense (Polo de Campos dos Goytacazes) http://orcid.org/0000-0002-7603-2979
  • Rafaela Machado Ribeiro Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) Arquivo Público Municipal Waldir de Carvalho (Campos dos Goytacazes)

DOI:

https://doi.org/10.14393/HeP-v31n59p98-113

Palavras-chave:

Crise do escravismo, Insurreição, Discursos

Resumo

No dia 09 de maio de 1877, acusado de ser o cabeça de uma provável insurreição que aconteceria no engenho do Queimado, o escravo Manoel "Çacramento" justificou a sua ação com a escusa de que lera no jornal que "os braços erão livres e, como taes, devião ganhar jornal". Portanto, ele e os seus companheiros de cativeiro se apropriaram desse enunciado e o transformaram num argumento de autoridade em defesa do seu direito à liberdade. Partindo de uma abordagem historiográfica que concebe o escravo como sujeito reflexivo, baseando-se em diferentes fontes históricas, este artigo tem por objetivo analisar de que modo a inscrição desses escravos em outras posições discursivas, que não as de submissão à lógica da classe senhorial, levou-os a se rebelarem contra os sentidos dominantes nos discursos da boa sociedade de Campos dos Goytacazes, na província do Rio de Janeiro, no período de crise do escravismo.

Biografia do Autor

  • Carlos Eugênio Soares de Lemos, Universidade Federal Fluminense (Polo de Campos dos Goytacazes)

    Prof. Dr. do Departamento de Ciências Sociais da PUCG/UFF. Atua nas áreas de História Regional e Análise do Discurso.

    Graduação em História (Centro Universitário Fluminense -UNIFLU), Especialização em História do Brasil (Universidade Federal Fluminense - UFF), Especialização em Psicanálise, cultura e subjetividade (Faculdade de Medicina de Campos - FMC), Mestrado em Comunicação e Cultura(ECO/UFRJ), Doutorado em Ciências Humanas - Sociologia (IFCS/UFRJ).

    Professor da Pós-Graduação Lato Sensu em Literatura, Memória Cultural e Sociedade, do Instituto Federal Fluminense (IFF)

  • Rafaela Machado Ribeiro, Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) Arquivo Público Municipal Waldir de Carvalho (Campos dos Goytacazes)

    Doutoranda em História Política e Social (Universidade Federal do Espírito Santo), Mestre em Sociologia Política (Universidade Estadual do Norte Fluminense), Graduada em História (Centro Universitário Fluminense - UNIFLU).

    Pesquisadora do Arquivo Público Municipal Waldir de Carvalho.

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Publicado

2019-06-24

Edição

Seção

Dossiê: Documentos e abordagens

Como Citar

Sobre um escravo que sabia ler e o princípio de um suposta insurreição em Campos dos Goytacazes (1871-1877). Revista História & Perspectivas, [S. l.], v. 31, n. 59, p. 98–113, 2019. DOI: 10.14393/HeP-v31n59p98-113. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/historiaperspectivas/article/view/42233. Acesso em: 25 mar. 2025.