Mulher negra congadeira: engajamento cultural e ativismo negro para além das grandes metrópoles
DOI:
https://doi.org/10.14393/RCS-v9n1-2019-57084Palabras clave:
Congado, feminismo negro, protagonismoResumen
Este artigo discute o protagonismo das mulheres negras habitantes do Triângulo Mineiro, em especial aquelas engajadas na manifestação cultural afro-brasileira denominada congada. Conhecida pelo seu aspecto festivo e religioso, a congada reúne um contingente significativo de mulheres negras, fornecendo ao conhecimento científico exemplos singulares de empoderamento feminino e ativismo negro em cidades do interior do país. Numa perspectiva antropológica, este artigo ancora-se na observação etnográfica realizada na comunidade congadeira de Uberlândia. Sua análise problematiza o engajamento feminino na congada como possibilidade de empoderamento da mulher negra, incentivando seu protagonismo e as colocando diante de questões prementes de combate ao racismo e ao sexismo. Entendo que há nas experiências dessas mulheres um feminismo negro que busco realçar com o apoio das reflexões das intelectuais negras Kimberlé Crenshaw, Lélia Gonzalez e Sueli Carneiro.Descargas
Citas
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