ENTRE VIOLETAS E LABAREDAS, JANELAS E MOLDURAS:
O DUPLO NAS PERSONAGENS E ESPACIALIDADES DE “A DANÇA DO JAGUAR”
DOI:
https://doi.org/10.14393/TES-v2n1-2019-50789Palavras-chave:
Duplo, Literatura, A dança do jaguar, Tereza AlbuesResumo
O dilema da identidade, na literatura, é constantemente evocado a partir do mito do duplo. Para além das imagens conhecidas do gêmeo ou do sósia, o desdobramento também pode ocorrer de maneira extrínseca ao “eu” original, dando origem ao duplo exógeno. Partindo desta premissa, pretende-se, neste trabalho, analisar as configurações do duplo no romance A dança do jaguar (2000), de Tereza Albues. Na obra de Albues, o sobrenatural se manifesta na personagem a partir das metamorfoses e do desdobramento do eu, temas recorrentes na narrativa fantástica. De maneira concomitante, as espacialidades também se duplicam, gerando a confluência entre o ambiente doméstico e o cenário pictórico – representado pelas telas “Percepção-enigma” e “Asas Felinas” –, que se impõem à estrutura da casa onde reside a protagonista e são atreladas a eventos sobrenaturais. Como o fantástico privilegia a suspensão ou revelação dos limites entre matéria e espírito, no romance em estudo, o embate entre o eu e o outro adquire diferentes significados para as personagens, tais como a busca pelo conhecimento metafísico, que levaria ao retorno a uma unidade primordial.
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