Revista Estado da Arte https://seer.ufu.br/index.php/revistaestadodaarte <p>A revista <strong>Estado da Arte</strong> é um periódico científico de Artes Visuais &nbsp;publicado semestralmente pelos grupos de pesquisa do &nbsp;Instituto de Artes da Universidade Federal de Uberlândia (UFU-MG): &nbsp;Grupo de Pesquisa Poéticas da Imagem (GPPI); Núcleo de Pesquisa em Ensino de Pintura (NUPPE) e Núcleo de Pesquisa em Artes Visuais (NUPAV). A revista <strong>Estado da Arte</strong> [ISSN 2675-4576] tem por objetivo divulgar resultados de investigações artísticas no âmbito das <strong>Artes Visuais e suas interfaces</strong>, privilegiando pesquisas que tenham por <strong>foco o contexto contemporâneo da obra de arte e de seus processos e sistemas</strong>, seja em relação aos <strong>desafios da produção poética</strong> no século XXI, ou a inserção e <strong>reverberação da obra histórica nos circuitos existentes ou em construção</strong>. Tendo em vista a situação geográfica de sua sede, <strong>busca evidenciar teorias e métodos que dialoguem com as novas perspectivas de descentralização da produção e dos discursos da arte</strong>.</p> Universidade Federal de Uberlândia - UFU pt-BR Revista Estado da Arte 2675-4576 Trajetória e formação de um acervo de arte popular no nordeste brasileiro a partir da exposição “Brasil, arte popular hoje” (1990) https://seer.ufu.br/index.php/revistaestadodaarte/article/view/69878 <p><span style="font-weight: 400;">O artigo percorre histórias (não) contadas sobre o acervo de arte popular do Centro Cultural São Francisco (CCSF), localizado em João Pessoa/PB. O objetivo é analisar o processo de musealização da arte popular, sua trajetória e os processos de curadoria iniciado com a exposição “Brasil, Arte Popular Hoje”, com curadoria de Lélia Coelho Frota, realizada no CCSF na década de 1980. Será destacada a importância de compreender o contexto histórico e cultural que envolve a formação desse acervo, assim como os principais artistas e obras que a compõem, o que possibilita uma reflexão sobre a manifestação da arte popular descentrada do ponto de vista do sistema da arte nacional, ou seja, aquela que está fora dos principais eixos culturais do Rio de Janeiro e São Paulo.</span></p> Raisa Filgueira Soares Gomes Sabrina Fernandes Melo Copyright (c) 2024 Revista Estado da Arte 2024-12-16 2024-12-16 5 1 10.14393/EdA-v5-n1-2024-69878 Viva Cultura Viva https://seer.ufu.br/index.php/revistaestadodaarte/article/view/71836 <p>O presente texto busca refletir sobre o lugar da arte popular no acervo do Museu Afro Brasil, por meio da exposição <em>Viva Cultura Viva do Povo Brasileiro</em>, com curadoria Emanoel Araújo, em 2006. Para tanto, foca-se no projeto curatorial de Araújo e seus desdobramentos para a compreensão de parte do acervo da instituição. Nesse amplo continente elencamos alguns artistas que explicitam a heterogeneidade da produção popular afro-diaspórica: Francisco Biquiba Dy Lafuente Guarany, Cícero Alves dos Santos (Véio), Julio Martins, Madalena dos Santos Reinbolt e Waldomiro de Deus.</p> Emerson Dionísio Gomes Oliveira Copyright (c) 2024 Revista Estado da Arte 2024-12-16 2024-12-16 5 1 10.14393/EdA-v5-n1-2024-71836 A arte popular no espólio bibliográfico do escultor Lagoa Henriques (1923-2009) https://seer.ufu.br/index.php/revistaestadodaarte/article/view/69772 <p>O espólio bibliográfico do escultor Lagoa Henriques (1923-2009), doado à Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, ainda em inventarição e tratamento, é caracterizado por uma multiplicidade de temas não só em torno da arte, como noutros domínios como a literatura, viagens, gastronomia, entre outros. Neste artigo, destaca-se a presença da arte popular no espólio bibliográfico do artista, que conta com uma forte presença da arte e da poesia popular portuguesa. Pretende-se com este artigo aprofundar este tema na vida do artista e identificar a importância da arte popular na sua obra.</p> Joana Souto Mateus Copyright (c) 2024 Revista Estado da Arte 2024-12-16 2024-12-16 5 1 10.14393/EdA-v5-n1-2024-69772 A “arte popular” esvaída na narrativa curatorial da exposição África - expressões artísticas de um continente do Museu Oscar Niemeyer https://seer.ufu.br/index.php/revistaestadodaarte/article/view/69327 <p>A “arte popular” é um termo em desuso, notadamente na narrativa curatorial de exposições de arte africana ou da diáspora africana. Por muito tempo confundida com arte “naïve”, “primitiva”, “regional” ou “local”, a “arte popular” parece não ter lugar na cultura woke, uma vez que outras ideias da esquerda – como povo – foram abandonadas pela “wokeness” como demonstrou a filósofa Susan Neiman em seu último livro <em>Left Is Not Woke</em> (2023). A importação de tendências museológicas como a propalada descolonização dos museus pode, outrossim, impor um novo léxico que expressa melhor os novos interesses e valores de agentes e instituições que colecionam, exibem e narram. Com base no texto do catálogo da exposição <em>África - expressões artísticas de um continente</em> do Museu Oscar Niemeyer (MON, 2022), analisa-se a narrativa curatorial para tratar do lugar da “arte popular” também na expografia. Discute-se ainda sobre a coleção africana do MON, a deriva museológica e o afro-oportunismo.</p> Silvio Marcus de Correa Copyright (c) 2024 Revista Estado da Arte 2024-12-16 2024-12-16 5 1 10.14393/EdA-v5-n1-2024-69327 Entre sertões e curadorias: agenciamentos do “popular” e do “regional” na arte contemporânea https://seer.ufu.br/index.php/revistaestadodaarte/article/view/70951 <p class="Artigo-textoresumo">A recorrência de exposições de arte contemporânea recentes cujas curadorias interpelam obras a partir de noções de “sertão” nos levou a questionar seus diferentes modos e estratégias de acionamentos de narrativas. Apesar de partirem de um <em>topos </em>cujo lugar-comum é muito pregnante em nossa cultura, essas curadorias propõe conotações e narrativas diversas. A partir da análise de três curadorias que operam desse modo – “Sertão contemporâneo” (Marcelo Campos, 2008, Caixa Cultural Salvador e Rio de Janeiro); “A substância da terra: o sertão” (Simon Watson, 2020, Museu Nacional da República, Brasília); e “36° Panorama da arte brasileira: Sertão” (Júlia Rebouças, 2019, MAM-SP) –, discutiremos como essas curadorias, ao proporem a mencionada interpelação, tensionam os respectivos conjuntos de obras de arte contemporânea a partir de valores e sentidos associados ao “sertão”, não raro evocando ideias relacionas ao “popular” e ao “regional”.</p> Pedro Ernesto Freitas Lima Copyright (c) 2024 Revista Estado da Arte 2024-12-16 2024-12-16 5 1 10.14393/EdA-v5-n1-2024-70951 Editorial https://seer.ufu.br/index.php/revistaestadodaarte/article/view/76357 Copyright (c) 2024 Revista Estado da Arte 2024-12-16 2024-12-16 5 1 Entre o memorial e a tese. Resenha do livro “Assim na Arte como na Vida” de Luciano Vinhosa https://seer.ufu.br/index.php/revistaestadodaarte/article/view/68582 <p>Resenha do livro “Assim na Arte como na Vida” de Luciano Vinhosa, elaborado originalmente como tese, para promoção à professor titular do Instituto de Arte e Comunicação Social da Universidade Federal Fluminense (UFF). Obra que reúne as experiências na arte em interação com o ambiente acadêmico, apresenta um pensamento elaborado, no qual o autor revela questões ao mesmo tempo universais e singulares: condição do artista e a natureza da arte. O livro trata de temas cujo enfrentamento em profundidade diz respeito a todos aqueles que elegeram a arte como campo profissional.</p> Beatriz Basile da Silva Rauscher Copyright (c) 2024 Revista Estado da Arte 2024-12-16 2024-12-16 5 1 10.14393/EdA-v5-n1-2024-68582 Ruínas colecionáveis como materiais de arte https://seer.ufu.br/index.php/revistaestadodaarte/article/view/69848 <p>O conceito contemporâneo de ruína em sentido estendido compreende tanto as ruínas arquitetônicas quanto os objetos portáteis que adquiriram as propriedades do ruinoso. Este tipo de objetos nostálgicos, anacrónicos, vinculados a realidades periféricas, quotidianas ou aparentemente inconsequentes são reunidos depois a procura intencional ou o encontro aleatório em práticas de caminhar que compõem formas em percurso, formas-caminho ou modos flaneurísticos de organizar materiais e conhecimento. Os objetos em ruínas organizados em arquivos e coleçoes dos quais os artistas os recuperam como materiais e os instalam em uma nova realidade -a da obra artística- são reeditados para dialogar metaforicamente na obra desde suas marcas, cicatrizes y vestígios, a partir dos dispositivos artísticos criados. É uma segunda chance para os objetos e a partir deles, existe a possibilidade evocativa e conotativa de reconstrução da memória.</p> <p> </p> Nancy B. Librandi Copyright (c) 2024 Revista Estado da Arte 2024-12-16 2024-12-16 5 1 10.14393/EdA-v5-n1-2024-69848 Do visível corporal ao invisível intangível https://seer.ufu.br/index.php/revistaestadodaarte/article/view/65547 <p class="Artigo-ResumoeAbstract" style="margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: windowtext; text-transform: none; font-weight: normal;">Longe de proporcionar um simples deleite aos sentidos, as produções tridimensionais de Camille Claudel despertam quem as olha. Lembram que além do visível corporal, vive e pulsa um intangível invisível que lhe promete um destino superior ao seu doloroso destino terreno. Elas o chamam para um nível mais elevado de consciência, para um renascimento, para uma vida superior. Para além dos padrões éticos que restringem o espaço em que a escultora tenta se mover, a expressão tridimensional da sua arte abre caminho para um espaço criativo que transpõe o seu questionamento moral de um plano puramente ético - isso é uma vida virtuosa? - num nível mais estritamente espiritual - qual é o sentido da vida? - e ao fazê-lo libertador, uma vez que está ligado a um questionamento libertado do quadro restritivo da moralidade burguesa. Ao buscar uma nova clareza interior para se comportar, aquela cuja mãe disse: “ela tem todos os vícios”, acabará por nos deixar um trabalho magistral, edificante, catártico, até psicagógico, e novos motivos para amar.</span></p> Edwige Callios Copyright (c) 2024 Revista Estado da Arte 2024-12-16 2024-12-16 5 1 10.14393/EdA-v5-n1-2024-65547