Revista Rascunhos - Caminhos da Pesquisa em Artes Cênicas

APRESENTAÇÃO

Abimaelson Santos — 2024-12-27

não se aplica

CARTA AOS ORGANIZADORES E ÀS LEITORAS E LEITORES DO DOSSIÊ

carminda mendes andré — 2024-12-27

Este texto pretende-se um ensaio. É parte de práticas pedagógicas para a formação de docentes em artes cênicas que se gesta desde os anos 2000. Neste momento ensaiam-se reflexões sobre a importância da narração na formação ética e artística. Esboçam-se tentáculos para uma possível pedagogia em ação calcada na ideia de que o(a) professor(a) de artes pode ser também um(a) poeta de sua própria docência. Os resultados alcançados até o momento são expostos por meio de narrativas.

SOBRE A NARRATIVA NA PESQUISA EM ARTES CÊNICAS

Arao Paranagua de Santana — 2024-12-27

O ensaio propõe-se a debater as abordagens metodológicas e a questão da escrita acadêmica na área de artes cênicas, na perspectiva da narrativa. Considerando a experiência do autor como orientador de trabalhos de conclusão de curso, o texto descreve um breve histórico da pesquisa na área de artes, no Brasil, ao tempo em que examina as relações entre a formação de professores/pesquisadores/artistas, as políticas públicas e obras da literatura especializada (KOUDELA; SANTANA, 2005); (BARBOSA, 1999). Por fim, analisa os desafios da preparação para o momento da escrita, no qual a pesquisa adota/cria sentidos, trajetos, estilos e conceitos sob o formato de monografias, dissertações, teses, relatórios de pesquisa e outros textos de cunho literário (JAFFE, 2023; CASTRO, 2018); (GRANDO, 2018).

PRÁTICA COMO PESQUISA

Tharyn Stazac — 2024-12-27

Atravessado pela perspectiva da Prática como Pesquisa, experimentando uma escrita auto etnográfica, o texto rastreia memórias de experiências autobiográficas de formação e de constituição das práticas localizadas, para evidenciar alguns entrecruzamentos de trajetórias de docência, de pesquisa e de criação nas artes cênicas. Ao contrário de afirmar definições ou apresentar conclusões, propõe uma afirmação de saberes territorializados que possam dar alguma consistência à multiplicidade de narrativas no campo e uma abertura à emergência de novos questionamentos que venham a ampliar a Prática como pesquisa no Brasil.

“EU TOMEI UM PREPARADO, DO TEMPO DA MINHA VÓ”

Victor Hugo Neves de Oliveira — 2024-12-27

A prática de orientação de pesquisas compõe uma das atividades mais árduas no exercício profissional das educadoras e dos educadores, no espaço das universidades, estabelecendo-se como parte integrante das práticas formativas no panorama das Artes da Cena. Entretanto, apesar de se estabelecer como uma atividade formativa com ciclos e dimensões bastante complexas, o interesse das educadoras e dos educadores brasileiros acerca da temática é bastante recente e no contexto das Artes da Cena o debate é raramente explorado. Por isso, esse artigo buscou compartilhar um conjunto de experiências desenvolvidas nos processos de orientação de uma comunidade específica de estudantes: as pessoas de ascendência africana ou vinculadas às religiosidades de matriz africana. Para tanto, observou-se um conjunto de documentos pessoais elaborados em formato de devolutivas, cartas e pareceres como resultado das práticas de orientação. Além disso, propõe-se uma definição da noção de ORÍentação, com ênfase na noção iorubá de orí, como um ato poderoso de reivindicação das perspectivas afrodiaspóricas e de organização dos sentidos do axé no panorama da formação e pesquisa no campo das Artes da Cena.

CENA EM SANKOFA:

Jonas Sales — 2024-12-27

A conversa aqui apresentada, deseja mostrar um panorama das atividades de pesquisas desenvolvidas pelo grupo de pesquisa e extensão Cena Sankofa da Universidade de Brasília como corroboração para a formulação de conhecimento para as artes da cena em busca de um aprendizado afrorreferenciado. Levanta-se os conteúdos e os procedimentos metodológicos que balizam caminhos para a formação de pesquisadores na graduação e pós-graduação propondo-se a visibilizar epistemologias plurais.

PESQUISA EM ARTES CÊNICAS, CORPOS DISSIDENTES E ESTÉTICA DA ANCESTRALIDADE.

Wilton Tavares — 2024-12-27

A presente investigação aponta para interlocuções entre pesquisa e formação de professores, discutindo algumas questões importantes na sedimentação da pesquisa em artes cênicas no campo dos estudos culturais e decoloniais, tais como: a ideia de dissidência e ancestralidade como prática de pesquisa, prática artística e de sistematização da escrita; a mediação cultural enquanto possibilidade metodológica para educação estética e antirracista na sala de aula; e o lugar da cultura e suas relações com a cidade na formação de espectadores. Para tanto, vai se tecendo a ideia que é possível criar um conjunto de práticas que possam nortear experiências didáticas propulsoras de uma educação e de uma experiência estética dissidente e ancestral.

COLETIVO DE ESTUDOS POÉTICAS DO APRENDER

Karyne Coutinho — 2024-12-27

Mobilizando questões em torno dos modos próprios de se produzir conhecimento em artes cênicas, este texto apresenta parte de uma investigação de metodologia cartográfica, sobre as condições que levaram à criação do Coletivo de Estudos Poéticas do Aprender (CNPq-UFRN) como um grupo de pesquisa que se pergunta pelas possibilidades de um pensamento da educação elaborado a partir das artes cênicas. Em seguida, trata do Colóquio Internacional Poéticas do Aprender (CIPA), discutindo quatro princípios interligados (conversa, performação, itinerância e ludicidade) que configuram o caráter experimental do evento. Atravessando a discussão, está a ideia de que a experimentação de modos diferenciais das ações acadêmicas pode contribuir na inovação da pesquisa em artes cênicas.

DOCÊNCIAS ENTRELAÇADAS AO TEATRO RITUAL NA ESCOLA DAS INFÂNCIAS

Ivone Priscilla de Castro Ramalho — 2024-12-27

O artigo tece discussões que emergiram entre experimentações artísticas inspiradas no Teatro Ritual, a partir da poética dos elementos, em uma turma do 3º ano do Ensino Fundamental no Núcleo de Educação da Infância – NEI/CAp-UFRN. O texto surgiu a partir de duas pesquisas de doutorado tecidas coletivamente junto ao Coletivo de Estudos Poéticas do Aprender (CNPq/UFRN). A proposta envolve a poética dos elementos (terra, água, ar e fogo), abrindo-se para um processo criativo baseado na conexão simbólica entre eles e as crianças. A pesquisa utiliza o método cartográfico, acompanhando processos e sensações emergentes na escola das infâncias.

CARTAGRAFIAS DE AULA-PERFORMANCE

Dennis Emanoel Xaxá da Silva — 2024-12-27

Cartografia elaborada a partir de fragmentos de cartas escritas por estudantes do 1° ano do Ensino Médio com Técnico em Edificações do IFRN – Campus Mossoró. O estudo do corpo em experiência e da escola como paisagem e espaço sócio-político em diálogo com estudos sobre subversão (Teixeira, 2019), transpedagogia (Helguera, 2011), professor-performer (Ciotti, 2014), orientação emancipatória (Rancière, 2002), programa performativo (Fabião, 2013), aula-performance e deslocamento poético, nos faz pensar sobre um subverso escolar e nos dá pistas sobre possíveis caminhos para a pesquisa em arte-educação.

Palavras-chaves: Aula-performance, Subversão na escola, Pedagogias da Performance, Pesquisa em Artes Cênicas.

A EXPERIÊNCIA ARTÍSTICA NA ESCOLA E A FORMAÇÃO DE PÚBLICO EM FESTIVAIS ESTUDANTIS:

PRYSCILLA SANTOS DE CARVALHO — 2024-12-27

Este artigo apresenta uma reflexão acerca da mediação teatral a partir da perspectiva dos festivais estudantis de teatro. Analisa-se o conceito de experiência estética no âmbito da escola e das contribuições que ela pode oferecer para a experiência estética, bem como a mediação teatral, com base em teóricos como Dewey (2010), Oliveira (2011) e Desgranges (2005; 2008; 2015) Inclui-se um breve panorama dos grupos de teatro estudantis e festivais ligados aos movimentos estudantis, a fim de compreender as linhas gerais históricas que permeiam os festivais. Apresenta-se um histórico e reflexão a respeito do Festival Maranhense de Teatro Estudantil da mediação no contexto da formação de público no estado do Maranhão.

Palavras-chave: Mediação teatral. Formação de público. Festivais.

TERRITÓRIOS PRATICADOS

Wellington Silva Saraiva — 2024-12-27

Trata-se de uma experiência compartilhada em uma oficina de Teatro Performativo com estudantes do ensino médio. Diante disso, objetiva-se evidenciar as provocações que os espaços, tomados enquanto territórios, ofereceram para a criação de dramaturgias alinhadas à perspectiva contemporânea do fazer teatral. Para tanto, a partir da pesquisa formação, a prática como pesquisa, articulou-se teoria e prática, em um processo que resultou na proposição de duas Ações Performativas. Infere-se, portanto, a relevância da abordagem performativa no ensino de Arte, possibilitando aos estudantes serem protagonistas de suas práticas artísticas e refletirem sobre seus contextos e relações, contribuindo para a construção de novas identificações e ampliação de uma perspectiva crítica de suas ações.

MEDIAÇÃO CULTURAL E TEATRO NO METAVERSO

João Victor da Silva Pereira — 2024-12-27

O artigo explora a aplicação da mediação cultural e do teatro no metaverso no contexto acadêmico em abordagem qualitativa, analisando como essas práticas podem enriquecer o ensino e a formação de professores. O foco está na interação digital entre artistas e públicos, usando as tecnologias imersivas para expandir as possibilidades formativas e culturais, em uma proposta de mediação cultural que dialogue com o acervo do Museu Ferroviário e Portuário do Maranhão. As referências teóricas envolvem estudos sobre mediação cultural, cultura digital e as potencialidades do metaverso na educação superior.

TERRITÓRIO CULTURAL E IDENTIDADE

Monica Soares da Silva — 2024-12-27

Esta pesquisa, em andamento, investiga como o processo criativo se conecta com as relações educativas emancipatórias e libertadoras no contexto territorial e identitário em uma das periferias da cidade de São Paulo. Para tanto, explora como se estrutura o processo criativo teatral do Grupo Rosas Periféricas, apurando a maneira como a memória é acessada desde a escuta das narrativas, passando para a sala de ensaios até que o material seja transformado em encenação.

A EXPERIÊNCIA COMO FORMAÇÃO E A FORMAÇÃO COMO EXPERIÊNCIA

Saimonton Tinôco — 2024-12-27

O artigo apresenta uma discussão acerca da formação continuada de professores(as) de Arte em escolas de Educação Básica da rede municipal de João Pessoa/Paraíba (Brasil), por meio de uma parceria entre a Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e a Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP). O objetivo principal é o de refletir sobre a formação continuada em Arte, a partir da experiência docente dos(as) envolvidos(as). Para a compreensão da formação como experiência, recorremos a teóricos(as) como: Foucault (2019), Freire (2006; 2011), hooks (2017) e Larrosa-Bondía (2002). A metodologia utilizada para a realização deste trabalho é a da investigação documental junto à pesquisa narrativa, valorizando a nossa experiência enquanto formador e formadora.

LABORATÓRIO FEMININO DE PRÁTICAS DE INTERVENÇÃO URBANA

Lidya Silva Ferreira — 2024-12-27

O presente trabalho trata-se de um relato crítico e reflexivo desenvolvido a partir de uma pesquisa-criação que visa compartilhar aspectos que fizeram parte da construção do Laboratório Feminino de Práticas de Intervenção Urbana desenvolvido no ano de 2019-2020 na cidade de Fortaleza-CE, assim como o processo de criação da intervenção urbana Mulher, seja nossa convidada! É grátis! Espera-se que esse compartilhamento possa contribuir com a produção de conhecimento em Artes, principalmente no que se refere aos estudos sobre processo de criação. As principais referências teóricas que sustentaram a construção deste texto foram: Jorge Larrosa (2017), Teixeira Coelho (2008), Cecília Salles (2009), Heloísa Buarque de Hollanda (2018), entre tantos outros.

A ARTE DE CONTAR HISTÓRIAS:

Cristina Aparecida Leite — 2024-12-27

Este texto é parte de uma pesquisa em andamento que busca fazer o registro histórico e analítico da ação de formação continuada para docentes intitulada A Arte de Contar Histórias, ofertada na rede pública do Distrito Federal desde 1999. Fazendo uso da bricolagem metodológica (KINCHELOE; BERRY 2007), o objetivo é investigar como este curso impacta o desenvolvimento profissional dos professores de diferentes disciplinas, etapas e modalidades. A análise documental permitiu convencionar que o curso aconteceu em três gerações, com a emissão de 3.909 certificados. Foi possível constatar que contribuiu na inclusão da performance narrativa na prática pedagógica, na formação de grupos de contação de histórias, no despertar de escritores, etc.

A DRAMATURGIA DO ATOR E DA ATRIZ COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA

Marilyn Clara Nunes — 2024-12-27

O presente trabalho apresenta o conceito de dramaturgia do ator (e da atriz), de Eugenio Barba, como ferramenta pedagógica para o desenvolvimento de habilidades teatrais, sendo que os expedientes da feitura cênica não se destinam apenas à criação, mas servem à aprendizagem de técnicas teatrais que constituem o métier do ator e da atriz. Através de exemplos práticos oriundos do processo de criação do espetáculo solo “Estrelas”, sob direção de Julia Varley, atriz do Eugenio Barba, a fusão entre pedagogia teatral e criação artística é revelada, contextualizando técnicas elencadas pela Antropologia teatral em sua empregabilidade cênica.