Representação do espaço nas narrativas fantástica de Murilo Rubião.

Autores

  • Lígia Soares Sene Universidade Federal de Uberlãndia

Resumo

Murilo Rubião é um escritor contemporâneo mineiro de uma obra exígua, porém com grande significação à manifestação da literatura fantástica no Brasil. O fantástico proposto por Rubião, conforme Jorge Schwartz, "é como um artifício da imaginação para remeter a conflitos originários da própria realidadeâ€?. Este trabalho tem como corpus de análise os contos Bárbara, Teleco, O coelhinho e Elisa . A partir da análise desses contos, podemos ver como Murilo Rubião transporta para o seu texto o absurdo da realidade urbana, das relações humanas que estão calcadas numa certa liquidez, no sentido argumentado por Zygmunt Bauman. Relações fluídas, que não mantêm sua forma com facilidade, o que não foge muito das relações atuais, os laços frágeis e inconsistentes, sem forma. Dessa forma, Murilo Rubião se utiliza do fantástico, incitado pelo insólito dos acontecimentos e das metamorfoses e ações de seus personagens, para representar a realidade cotidiana e a fragilidade das relações humanas. O fantástico desenvolve-se a partir de algumas espacialidades: as dimensões dos pedidos feitos por Bárbara ao seu marido e o próprio corpo da personagem que aumenta conforme os seus pedidos são realizados; por meio, do corpo do coelhinho; e a do espaço da casa que acolhe a personagem Elisa. Para tal análise, contarei com o embasamento teórico de conceitos desenvolvidos por Tzvetan Todorov, em Introdução à Literatura Fantástica; por Zygmunt Bauman, em Amor Líquido; pela análise que Jorge Schwartz realiza sobre o fantástico em Murilo Rubião: a poética do Uroboro; e por Gaston Bachelard, em A poética do espaço.

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Biografia do Autor

Lígia Soares Sene, Universidade Federal de Uberlãndia

Aluna da Graduação do Curso de Letras; Licenciatura Português/Francês da Universidade Federal de Uberlândia. Participante do grupo de estudo de Literatura Fantástica - GPEA.

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Publicado

2009-12-16

Edição

Seção

Artes