A DIVULGAÇÃO DO IDEÁRIO PRESERVACIONISTA NAS DÉCADAS DE 1950 E 1960 NA REVISTA HABITAT.

Resumo

Este artigo tem como objetivo levantar algumas discussões sobre a divulgação do ideário preservacionista no Brasil dos anos 1950/60 em periódicos especializados em arquitetura e urbanismo, em especial na Revista Habitat. Sabe-se que, desde sua constituição em 1937, o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN) valeu-se de uma publicação própria - a Revista do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (RSPHAN) - para divulgar a um público mais amplo suas ações, bem como as pesquisas que estavam sendo feitas por técnicos da instituição ou seus colaboradores na área de História da Arquitetura Brasileira. A RSPHAN divulgou em seus artigos temas vinculados não apenas à arquitetura colonial ou vernacular, mas também aqueles relativos à arquitetura moderna, que em muitos casos já "nasceram" patrimônio nacional, dada a precocidade de seu tombamento. Várias pesquisas já apontaram a estreita ligação entre arquitetos vinculados ao Movimento Moderno e o órgão federal de preservação, especialmente em suas primeiras décadas de atuação. Diante dessa constatação, veio à tona o questionamento se esses mesmos profissionais contribuíram para a divulgação da "causa" preservacionista em outros periódicos que não a RSPHAN. Diversas revistas especializadas em arquitetura foram criadas por iniciativa de arquitetos oriundos do mesmo grupo que participava ativamente das lides preservacionistas e, justamente por isso, buscou-se um olhar mais atento ao que estava sendo publicizado nesses periódicos de modo a compreender como o discurso da preservação do patrimônio histórico e artístico era ali apresentado, utilizando uma dessas revistas - a Habitat - como objeto de estudo.