Golpe Militar: Desafios entre o marco de memória e o mundo dos trabalhadores
Resumen
A reflexão que permitiu identificar em disputas sociais a
existência de muitas memórias necessita ser acompanhada de "outras histórias", a afirmação nos alerta para o risco de processos sociais instituídos como marcos possibilitarem a formação de memórias que, aparentemente resultantes do marco que descreve, na verdade o constroem, tendo como consequência o apagamento de memórias alternativas, geralmente situadas no mundo dos trabalhadores. No artigo exploramos o desafio de passar do reconhecimento das muitas memórias a outras histórias testando estas indagações no golpe civil/militar ocorrido em 1964. Se na década de 1960, os desafios da construção do socialismo e as maneiras como se processaria uma revolução no Brasil mobilizam a esquerda e tencionam posições de Partidos como o PCB, no seio da própria esquerda esse tom vai se esvaindo, passando a frisar, no início da década de 80, a violência do Estado e a necessidade do restabelecimento das garantias democráticas. Ao ser edificado como acontecimento, essa memória oculta a própria redefinição interna dos seus termos, inclusive a concepção de Estado. A construção e perpetuação dessa memória tem provocado um apagamento de outras experiências vivenciadas e significadas no mundo dos trabalhadores. Explorando as reflexões de autores como Alessandro Portelli e Yara Aun Khoury identificamos a experiência do golpe em trabalhadores do Sudeste Goiano, avançando na perspectiva do direito à memória.
PALAVRAS-CHAVE: Memórias. Golpe civil militar. Trabalhadores.
ABSTRACT: The reflection that allowed to identify in social disputes the existence of many memories needs to be accompanied by other histories, the statement alerts us to the risk of social processes instituted as milestones to enable the formation of memories that seemingly Resulting from the milestone it describes, actually construct it, resulting in the erasure of alternative memories, usually located in the world of the workers. In the article, we explored the challenge of moving from recognizing the many memories to other stories by testing these questions in the civil / military coup in 1964. If in the 1960s the challenges of building socialism and the ways in which a revolution in Brazil would take place mobilized the left and intend positions of parties like the PCB, within the own left that tone is disappearing, beginning to emphasize, in the early 80's, the violence of the state and the need to reinstate democratic guarantees. When it is constructed as an event, this memory hides the very internal redefinition of its terms, including the conception of the State. The construction and perpetuation of this memory has caused a blurring of other experiences experienced and meaningful in the world of the workers. Exploring the reflections of authors such as Alessandro Portelli and Yara Ahun Khoury, we identify the experience of the coup in workers from the Southeast of Goiânia, advancing from the perspective of the right to memory.
KEYWORDS: Memories. Civil military coup. Workers.
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