PARA PENSAR O BRASIL NO CAPITALISMO CONTEMPORÂNEO: contribuições teóricas de Florestan Fernandes
Palavras-chave:
Florestan Fernandes, Fluxo de Renda, Independência, Transição Neocolonial.Resumo
Florestan Fernandes é um autor que nega a visão da história como destino manifesto e tenta apreender a especificidade da formação do Brasil e seus problemas. Assim sendo, a dualidade existente no Brasil (setor atrasado e setor moderno) não é vista como um resíduo do passado colonial em processo (ou plena viabilidade) de superação, mas como algo funcional no processo de acumulação. E é nessa dualidade, na desproporcionalidade da relação capital/trabalho, na consequente superexploração da força de trabalho e na depredação do meio ambiente que reside a autonomia relativa da burguesia nacional no circuito global de acumulação. Em outras palavras, o autor busca compreender o modo brasileiro de participação no padrão dessa civilização. E para tanto, é necessário atentar para a constituição do modo de produção capitalista, sua expansão inerente e a particularidade do mesmo no caso brasileiro, cujos traços fundamentais se desenham na colonização e se tornam mais nítidos no processo de Independência. Marcas indeléveis que ainda se apresentam na contemporaneidade e sobre as quais Florestan Fernandes tem análise bastante coesa.