Epidemias da antracnose do algodoeiro no vale do araguaia causada por Colletotrichum truncatum reação de cultivares e dificuldades de controle químico
DOI:
https://doi.org/10.14393/BJ-v36n6a2020-56826Palavras-chave:
Algodão., Antracnose., Nova doença., Controle químico., Controle genético e manejo.Resumo
O algodoeiro Gossypium hirsutum L. está em plena expansão no Brasil em área da Bahia e Mato Grosso. Em função dessa expansão novos patossistemas podem ocorrer nas áreas tropicais na região do Vale do Araguaia - MT. Foram realizados levantamentos em áreas de produção nos municípios de Bom Jesus – MT e Canarana – MT nas áreas de expansão da cultura que atingem mais de 50.000 ha. Nessa região o cultivo é realizado após o cultivo da soja em uma sucessão. São comuns nessas áreas a mancha alvo (Corynespora cassiicola), mancha de ramularia (Ramularia areola) e a Cercosporiose (Cercospora gossypii). Devido as falhas nos programas, com diferentes fungicidas de controle foram realizadas inspeções nas áreas de produção do grupo Bom futuro em diferentes cultivares e sistemas de manejo. Em função da sintomatologia diferenciada e constando-se ser um novo problema foram realizados isolamentos em BDA (batata-dextrose-ágar) e realizados testes de patogenicidade em plântulas, folhas e maçãs destacadas na temperatura de 23o Celsius e regime alternado de luz do dia por 12 horas. Após a confirmação da patogenicidade em plântulas, folhas destacadas, maçãs ou capulhos para Colletotrichum truncatum foram realizados bioensaios com todos os grupos de fungicidas registrados no Brasil. Foram usada a concentração de 500 (mg.kg-1) ppm dos ingredientes ativos, de cada formulação ou fungicida. Após a pulverização dos fungicidas foi em seguida inoculado o patógeno na concentração de 104 conídios por ml. Avaliou-se 10 dias após a incubação a porcentagem de infecção nas folhas destacadas, assim como o percentual de infecção em cada maça inoculada pelo patógeno. Confirmou-se um nível de controle pelos diferentes fungicidas variando de 0 a 100 %, tanto para folhas, como para maças destacadas. Também foi avaliado o índice de prevalência (%), considerando os três terços da planta (terço inferior, médio e superior), em diferentes genótipos em condições de campo na fase final da produção das plantas (130-150 dias). Os genótipos foram suscetíveis (FM 985 GLTP) e muitos genótipos apresentaram resistência parcial. Nenhum genótipo foi imune ao patógeno. Sugere-se a revisão dos programas e manejo com fungicidas visando alternar os melhores ingredientes ativos para o novo patógeno, associado aos genótipos como maior resistência varietal, uma vez que o patógeno pode sobreviver de um ano para o outro em sementes e restos culturais. Fungicidas benzimidazóis, cúpricos (exceto óxido cuproso), benzimidazol + triazol + estrobilurina e carboxamida + triazolintiona + estrobilurina devem ser usados com cautela no controle da doença em função da sua baixa eficiência (abaixo de 50 %), em condições de laboratório (folhas e frutos – maçãs destacadas).
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Copyright (c) 2020 Fernando Cezar Juliatti, Fernanda Cristina Juliatti, Breno Cezar Marinho Juliatti, Cristiane Aparecida de Paula
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